3 Gerações e suas percepções ambientais
por Dani Cruz
Eu me chamo Daniela, tenho 28 anos e quero compartilhar com vocês um pouco de onde eu venho e a minha percepção de como esse local foi mudando ao longo dos anos e perdendo sua vegetação. Cresci numa cidadezinha chamada Itabi, que tem quase 5 mil habitantes e é uma mistura de urbano com rural, no médio sertão sergipano de uma e avista da minha casa era para um terreno com vegetação em. Seu nome vem de origem tupi guarani, ita = pedra, bi = duas, e é por conta de uma rocha lindamente esculpida pela natureza.







Sempre ouvi dos meus avós maternos Tonico (in memoriam) e Izabel, da minha avó paterna Célia (in memoriam) e dos meus pais, o quanto a cidade no tempo deles era linda e cheia de vegetação, que a chuva era mais abundante, mesmo passando por períodos de secas.

Eu vi muitas árvores serem derrubadas, a paisagem ficando cada vez mais modificada, vi práticas como atear fogo para a limpeza da área para fazer plantio, trovoadas fora de época, poucas chuvas, mais calor.

Hoje, Itabi tem 13% de seu território com cobertura florestal e encontra-se em processo de desertificação; Só em 2020 Sergipe registrou desmatamento de mais de 388 hectares de Caatinga, e Itabi foi o segundo que mais perdeu vegetação, com 68,54 hectares de áreas devastadas. Essa enorme retirada de cobertura vegetal potencializa a perda da biodiversidade e agrava o aquecimento do planeta, e as mudanças climáticas deixam o bioma mais quente e seco, ampliando a desertificação. Essa crise no clima também contribui para o aumento da temperatura média e reduz em 30% as chuvas no semiárido;

Precisamos parar de degradar e recuperar as áreas degradadas, devemos questionar o motivo das árvores serem derrubadas, a razão de ainda não termos educação ambiental e climática nas escolas. Precisamos levar a informação para todos, para que as crianças se tornem adultos conscientes, para que os jovens sejam voz da mudança atual que necessitamos e que os mais velhos possam deixar como herança para seus descendentes um ambiente equilibrado. Não podemos mais continuar com esse modo de cultivar que degrada, precisamos que os governantes pensem e utilizem alternativas mais sustentáveis e menos destrutivas.

Não podemos continuar nos desassociando da natureza como se não fizéssemos parte dela, e não podemos agir como se não precisássemos de um ambiente equilibrado para poder obter nossa comida, nosso sustento, nosso lazer, nossa vida.